Wednesday, July 18, 2012

Lázaro Ramos prefacia "Memorial do Inferno", de Valdeck Almeida de Jesus



O livro “Memorial do Inferno. A saga da família Almeida no Jardim do Éden” de 190 páginas, conta a história de vida de uma família nordestina que enfrentou a fome e a miséria absolutas por mais de vinte anos. Com mãe paralítica e pai doente, ambos analfabetos, os oito filhos pediram esmolas pelas ruas de Jequié-BA, conhecida como Cidade Sol, cataram brinquedos, roupas e restos nos lixões da cidade e foram salvos das drogas graças à providência Divina. A matriarca, Paula Almeida de Jesus, apesar de não saber ler nem escrever, sabia que a salvação dos herdeiros seria educação: colocou todos na escola. E ela não estava errada, pois nenhum dos filhos foi seduzido pelas drogas, saída fácil para quem não tem onde dormir nem o que comer...

Sensibilizado com a história desses vencedores, e reconhecendo-se em partes da saga dos Almeida, Lázaro Ramos prefaciou o livro, cuja primeira edição (2005) teve toda a renda doada para as Obras Sociais Irmã Dulce. Já na quarta edição, “Memorial do Inferno” tem 20% doado para obras sociais. 

O lançamento acontece no estande da Perse Editora, no dia 11 de agosto de 2012, das 15 às 18h, ao preço de R$ 37,00 (trinta e sete reais) 

O autor
Valdeck Almeida de Jesus (1966) é jornalista, funcionário público, editor, escritor e poeta. Embaixador Universal da Paz, Membro da Academia de Letras do Brasil, Academia de Letras de Jequié, Academia de Cultura da Bahia, Academia de Letras de Teófilo Otoni, Poetas del Mundo, Fala Escritor, Confraria dos Artistas e Poetas pela Paz e da União Brasileira de Escritores. Publicou “Memorial do Inferno: a saga da família Almeida no Jardim do Éden”,Feitiço contra o feiticeiro”, “Valdeck é Prosa e Vanise é Poesia”, “30 Anos de Poesia”, “Heartache Poems”, ”Yes, I am gay. So, what? – Alice in Wonderland”, “O MST e a Mídia: uma análise do discurso sobre o Movimento dos Sem Terra nos jornais A TARDE online e O Globo online” (co-autor: Jobson Santana), dentre outros, e participa de mais de 75 antologias. Organiza e patrocina o Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesia, desde 2005, o qual já lançou mais de 1000 textos. Colabora com os sites Favas Contadas, Artigonal, Web Artigos, Recanto das Letras, Portal Literal, Portal Villas, Pravda, PodCultura, Overmundo, Comunique-se, Dzaí, Difundir, Jornal do Brasil, Só Artigos e À queima roupa. Tem textos divulgados nas rádios online Sol (Diadema-SP), Raiz Online (Portugal) e CBN (Globo). Site: www.galinhapulando.com

Monday, January 09, 2006

Mensagem de um leitor de "Memorial do Inferno"

Ando lendo o teu livro. E junto com ele tenho relido 'O Universo elegante'. O teu é um documento histórico do mais radical valor: um close up estarrecedor, de tão demasiado lúcido, da face da injustiça. "Memorial do Inferno" só não desclassifica os livros de história porque aquilo que o humano ignora ainda é o utensílio que dá permanência (dinâmica?) ao que chama-se de civilização - é como se de súbito, quando se lê que algum determinado homem é reconhecido pela História como um Grande conquistador, a imagem que se forma já não demonstra a idéia de antes, mas sim a de um homem, e seu exército, que estupra, desqualifica, mata...
O tom em que vc escreve é de um (quase) jornalístico que demanda desconforto - o leitor está livre para arrepiar sensações; e aí reside o drible, já que a liberdade proposta é o atestado de uma mecânica que só não nos fixa em xeque-mate porque o Universo cabe dentro de um lambari. Tão escancaradamente lúcido que por vezes a ironia é ferrenha. "Aliás, havia casas somente de um lado da rua, do outro era mato fechado, onde todos os moradores jogavam lixo e onde as crianças brincavam de esconde-esconde". Há instantes em que a gargalhada rompe-se brusca para logo em seguida, antes mesmo que ela se complete como tal, a garganta destravar olhos úmidos. "Quanto à previsão de fim do mundo, minha mãe acreditava piamente que o mundo se acabaria no ano 2000. Quando chegou o reveillon desse ano, foi quase uma decepção para ela, mas depois ela ficou alegre, pois viveria mais tempo aqui na Terra. Mas ela tinha uma previsão para a sua própria morte, que seria durante o ano de 2000, como realmente aconteceu, em junho daquele ano"..É como se vc propusesse uma pintura abstrata de uma cena absolutamente decifrável, onde o uivo arcaico e caótico descrevesse (como o instinto de sobrevivência que perdura a vida) uma ordem incomoda de tão indecifrável - exatamente por ter sido vc a testemunha ocular do crime. "A maior parte do tempo minha mãe ficava sem os movimentos dos membros inferiores. Ficava praticamente aleijada, se arrastando pelo chão, sem sensibilidade nas pernas". Suas descrições beiram o terror fantástico. "Atrás da casa tinha um beco, onde eram guardados ossos. À noite os cachorros vinham roer os ossos e faziam uma algazarra que me amedrontava"...
Ando lendo o Memorial com o melindro de quem ainda não viu um corpo em estado de putrefação, mas insiste em olhar o inferno de frente. Não por outro motivo, Valdeck, tenho-o intercalado com 'O Universo elegante', Já que com o Inferno precipito-me inevitavelmente a uma angustia que somente a poesia matemática pode dissipar sem que eu me sinta ludibriado; é como se de algum modo uma solução fosse dada, nem alegre nem triste, apenas um resultado - além bem e mal. Uma angustia que só o sentimento de impotência pode e sabe, com requintes de precisão, manufaturar. Até mesmo a mais pulsante das poesias parece tornar-se medonha... diante tão absoluto equívoco - por isto foi-me, e continua sendo, tão difícil começar a escrever sobre o teu livro desde o dia em que o recebi. Ainda estou lendo. E estarei em contato contigo à medida que sua vida for se tornando minha - me perdoe a pretensão. Numa vida descrita como a tua, o único modo de ter poesia é como Clarice Lispector diz: "Acreditar chorando". O presente é de tal modo estupefato e cortante que o socorro só pode perder a tragédia diante do respaldo, do calor humano. Um incômodo que ainda assim perdura - tal e qual o buraco deixado por um prego em uma superfície; tal e qual o olhar parado de alguém, antes da América ter sido descoberta pelo homem 'civilizado', com os pés nus fincados na areia, sendo fisgado pela contorção sonora do outro lado do Oceano. Uma linguagem que já poderia ser desconhecida caso o vazio existisse...
Um grande beijo. Als.
Goiânia/GO
PS: ALS é pintor, escultor e crítico literário e de arte.

Sunday, August 21, 2005

Lázaro Ramos assina contracapa do livro de Valdeck


Valdeck, enfim lá vai. Boa sorte!
Um dia recebi um e-mail de Valdeck falando que queria que eu escrevesse um texto para a introdução do seu livro!? Assim fez a minha cabeça: uma série de interrogações, interjeições, pontos seguimento e por fim um ponto final. Esse ponto final veio do reconhecimento da importância de ouvir os outros - suas histórias, suas angústias, suas vitórias, enfim... Tentar por uns instantes reeducar o nosso olhar para a história do outro, e assim reavaliar ou estimular ou reafirmar valores da nossa própria história. Espero que vocês tenham a oportunidade de ver um pouco de Valdeck e de se ver um pouco com esse livro. Um livro que fala de um Baiano do interior, com família que não tinha renda para sustentar oito filhos, além dos pais, morando de aluguel, sem móveis, sem água encanada nem luz elétrica e que pelo grande amor de sua mãe, Paula Almeida de Jesus, a família permaneceu unida até que cada um dos filhos pudesse sobreviver por si só. Contra todas as apostas, ele estudou, venceu na vida e hoje está aqui nos contando a história dessa vida de uma família que continuou unida e cada um de seus membros sempre encontra uma data para visitar aos demais e para compartilhar os momentos de alegria e/ou de tristeza. Essa é a história de um Brasileiro que apesar da aparente falta de opção, inventou e acima de tudo optou pela sua, que não foi a mais fácil, mas foi a que lhe fez se orgulhar dela e hoje está nos contando um pouco da sua batalha. Espero que vocês se vejam um pouco nesse livro assim como eu me vi nela.
Tenham uma boa leitura e Saúde a todos.
Lázaro Ramos

Lançamento do livro de Valdeck Almeida de Jesus


O escritor Valdeck Almeida de Jesus, lançará, no estande Valdeck Almeida, no Centro de Convenções da Bahia, durante a Bienal do Livro da Bahia, de 13 a 22 de abril de 2007, o livro Memorial do Inferno, editado pela Giz Editorial, que resgata memórias sentimentais com uma forte carga poética.
A obra é prefaciada pelo imortal da Academia de Letras de Jequié, Domingos Ailton Ribeiro de Carvalho, e tem contracapa assinada pelo ator Lázaro Ramos.
A literatura de Valdeck é rica em trocadilhos e traz à tona todo o sofrimento por que passou a fim de conquistar seu lugar ao sol. Tendo publicado anteriormente o livro O Feitiço contra o Feiticeiro, pela Scortecci Editora, o autor acredita que a poesia dá as ferramentas para a criação de um novo mundo. E ele reforça essa tese doando parte da renda obtida com a venda dos seus trabalhos para as Obras Sociais de Irmã Dulce.
As obras de Valdeck poderão ser adquiridas no local do lançamento, no site da editora (http://www.gizeditorial.com.br/) ou diretamente com o autor pelo correio.
Duas livrarias de Salvador, a LDM e Espaço do Autor Baiano estão vendendo os livros de Valdeck.
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Contatos com o autor: Valdeck Almeida de Jesus e 71 8805 4708